Apresentação de Seminário de Pesquisa: ANÁLISE TEMPORAL AMBIENTAL A PARTIR DAS GEOTECNOLOGIAS. ESTUDO DE CASO: ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DAS LAGOAS E DUNAS DO ABAETÉ.
Local:
Cetrama 6º andar
Data :
12/14/2011 - 13:00
O espaço social pode ser visto como fruto das relações sociais incluindo-se aí, além da transformação material pelo processo de trabalho, a territorialização e urbanização através de projeções de poder e a atribuição de significados culturais. Desta forma, a cidade é um ambiente construído artificial, implicando impactos sobre o espaço natural, o assim chamado “meio ambiente”, este que quanto maior e mais complexa for a urbe possivelmente, maiores serão esses impactos. Verifica-se atualmente nas metrópoles um agravamento das condições de moradia das populações de baixa renda– um processo de periferização do crescimento metropolitano, acompanhado de um aumento significativo nos índices de “favelização” – e um grau devastador de degradação ambiental provocado por loteamentos ilegais e ocupações sobre áreas protegidas. A significativa concentração da pobreza nas metrópoles brasileiras tem como expressão um espaço dual: de um lado, a cidade formal que concentram os investimentos públicos e de outro o seu contraponto absoluto, a cidade informal relegada dos benefícios equivalentes e que cresce exponencialmente na ilegalidade urbana. A precariedade e a ilegalidade são seus componentes genéricos e contribuem para a formação dos sistemas urbanos sem um escalonamento de suas variáveis. Em uma sociedade desigual como é a sociedade brasileira é preciso considerar que as posições nas quais os diferentes grupos ocupam na esfera de produção definirá sua responsabilidade na gestão da economia e do espaço, e que as esferas de influência às margens de manobras e as responsabilidades individuais dos diferentes grupos sociais são extremamente distintas. Ademais, uma vez que a posição de classes, o peso político dos indivíduos e os grupos sociais vinculam-se muito intimamente a ação reguladora do aparelho de Estado. A análise torna-se ainda mais concreta quando se considera que a degradação ambiental está associada não apenas à produção de riqueza, mas também a outra vertente do capitalismo: a pobreza. Assim, vale chamar a atenção para a relação de causa e efeito entre estas variáveis com a degradação ambiental ou mais amplamente, para o círculo vicioso da pobreza que leva a deteriorização do meio ambiente, que por sua vez está intimamente ligado a segregação sócio-espacial. Entendendo que o dilema da degradação ambiental é responsabilidade tanto das pessoas comuns como dos órgãos governamentais e dos diversos setores produtivos da economia, é importante que todos possam contribuir para diminuir o impacto negativo de suas ações ao meio ambiente, colaborando com diversas atitudes, constituindo formas de manejo que proporcionem a qualidade e possibilidade de vida não só para as gerações atuais, mas para as gerações que ainda estão por vir. Desta forma, esta pesquisa tem o intuito de analisar a partir das Geotecnologias, os avanços da degradação ambiental na Área de Proteção Ambiental das Lagoas e Dunas do Abaeté, de forma temporal, entre os anos de 1976 e 2010, levando em consideração a influência da ação antrópica no processo de ocupação urbana.